Essa é uma longa, bastante longa, entrevista com o Todd. Mas vale a pena ler, ele fala sobre turnês, sobre o Supporting Caste, e etc. É isso ae!
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Propagandhi é uma das bandas punks canadenses mais politicamente produtivas. Com vinte e três anos de estrada, cinco álbuns de estúdio, dois Eps e incontáveis splits e participações em compilações, eles têm uma carreira bastante impressionante. Eu me sentei com o baixista Todd Kowalski no último fim de semana durante a primeira noite dos seus dois shows em Edmonton para conversar sobre a carreira deles, turnẽs e o movimento político punk.
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Propagandhi é uma das bandas punks canadenses mais politicamente produtivas. Com vinte e três anos de estrada, cinco álbuns de estúdio, dois Eps e incontáveis splits e participações em compilações, eles têm uma carreira bastante impressionante. Eu me sentei com o baixista Todd Kowalski no último fim de semana durante a primeira noite dos seus dois shows em Edmonton para conversar sobre a carreira deles, turnẽs e o movimento político punk.
Começando com o básico, vocês estão nessa curta turnê de 10 dias. É legal voltar a estrada outra vez?
Sim, definitivamente. Na última noite foi bom. Nós ainda estávamos pegando o jeito da coisa mas estávamos pegando o jeito da coisa mas nós estávamos prontos para o rock.
Para esta turnê vocês se aliaram com a Ticket Workshop como oposição à Ticketmaster. O que fez vocês decidirem isso?
Bem, todos sabem que a Ticketmaster é um monopólio. Eles tiram tanto dinheiro das pessoas por cada ingresso. O que pra dizer a verdade faz isso acontecer é que hoje em dia as pessoas apenas checam na Ticketmaster para ver quais shows haverão e se elas não vêem o show na Ticketmaster, elas nem mesmo acham que tem o show. Então isso nos afeta de certa forma. Os tempos mudaram. Pessoas indo comprar ingressos em lojas de discos e aquilo... É meio triste e estúpido, mas não há nada que possamos fazer a respeito disso.
Ao menos hoje a noite os ingressos estão esgotados. Então as pessoas continuam comprando ingressos de outra forma, mesmo que eles não estejam na Ticketmaster; o que é definitivamente positivo.
Eu acho que existem certos lugares onde há mais cidades “da Ticketmaster”. É meio imbecil, mas bem.
Na próxima semana vocês estarão em Calgary fazendo um show de Halloween. Vocês têm algo especial planejado para o show de Halloween?
Nós faremos na hora que estivermos lá, mas no momento ainda estamos planejando.
No dia 7 de novembro, vocês estarão fazendo um show único com o Sacrifice em Winnipeg. Como isso tudo aconteceu?
Nós temos sido amigos há muito tempo do Sacrifice; não devido à nossa banda, mas devido ao fto de que nós somos fãs deles desde que tínhamos quinze anos e nós apenas mantinhamos contato com eles e encorajavamos eles a fazerem mais álbuns. Apenas dizendo o quanto nós gostamos deles e com o passar dos anos nos tornamos amigos deles. Agora que eles voltaram e estão indo tocar, nosso amigo Cory está trazendo eles para Winnipeg e para ter certeza que todo acontecerá, nós tocaremos também.
Depois dessa turnê vocês farão a He's From Barcelona Tour 2009 no Reino Unido com o Protest The Hero e o Strike Anywhere, vocês estão animados para essa tour?
Sim, sim. Será bom. Ir por lá, tocar nossos shows e voltar pra casa.
Para sua agenda da turnê vocês fazem diferente da maioria das bandas. Vocês normalmente tocam dez dias aqui, duas semanas ali, ao contrário de algumas bandas que saem em turnê por dois meses sem parar. Por que vocês decidiram fazer turnês curtas?
Nós queremos ter certeza de que nos divertiremos toda vez que formos tocar por aí. Nós também temos coisas que fazemos em Winnipeg que gostamos. Nós não queremos ser pessoas que disperdiçam nossa vida na estrada. Nós queremos nos divertir e tirar o melhor de nossa existência eu creio.
É, vocês tem mais a fazer do que apenas fazers tours durante o tempo inteiro.
Exatamente. Eu acho que as pessoas vêem isso. Se eles sabem que você está na sua turnê de oito dias. Se você vai ver o Iron Maiden e é como o ducentésimo show deles, eles provavelmente não estão se divertindo.
É muito mais roteirizado quando eles tem duzentos shows em sequência em comparação a espontaneidade com as turnês mais curtas.
É, exatamente.
Na tour do Potemkin City Limits vocês foram para alguns lugares bem fora do caminho normal como África do Sul, Chile, Costa Rica, Cidade do Panamá e assim vai. Vocês tem planos de ir à lugares como estes na turnê do novo álbum?
Nós esperamos que sim. Nós podemos ir para a China, não temos certeza ainda. Nós queremos ir pro México, China, África do Sul e leste europeu – como Croácia e esses lugares.
Eu sei que o Strike Anywhere fez uma turnê no leste europeu há poucos anos atrás então eles provavelmente poderiam dar pra vocês algumas informações de como sair para a Croácia e coisa do tipo.
E eles tocaram na Rússia recentemente também. No último ano eu acho.
Agora vocês. Ao longo dos anos vocês ganharam uma certa quantidade de crédito no punk rock e vocês são citados agora como influências. Vocês acham estranho quando estão escutando um álbum ou uma canção e vocês escutam uma referência a vocês? Eu estou pensando especificamente na Marxist Brotherss do NOFX. É estranho ouvir uma música e “ei, estão falando sobre nós!”?
Eu acho que essas músicas do NOFX são tão embaraçosas para eles mesmos. Tipo, nós gostamos dela, é, é claro, mas eles acham quee estão fazendo piada do Chris, mas estão fazendo piada do Glen Lambert – aquele personagem que o Chris fez tipo como uma piada em primeiro lugar. Então parece que eles não entenderam a brincadeira e fizeram papéis de idiotas em dobro por fazer aquela canção.
A primeira vez que eu escutei alguém fazendo uma canção pro Propagandhi ou pro Chris ou pra o que quer que seja foi uma banda em Winnipeg. Eles fizeram uma canção chamada “Hey Chris Hannah, Ska Really Suck?” Agora que eu gostei; Eu lembro ter assistido ao show e ter achado a música engraçada.
Como você falou a respeito eu queria falar um pouco dos anos do Glen Lambert. O que fez o Chris vir com o pseudônimo para o álbum? Porque ele decidiu repentinamente ir como Glen Lambert para aquele álbum?
Ele apenas escreveu aquilo no encarte, não era nada tão pensado. Parece que era tipo como um grande plano, mas ele apenas mudou o nome no encarte e as pessoas notaram. Não sei.
Você se surpreendeu com como as pessoas facilmente e rapidamente acreditaram naquilo? Até mesmo chegando ao ponto de falarem “esse cara está tentando de tudo para soar como o Chris”. Você se surpreendeu com a reação a isso?
Sim, tinha uma pessoa aqui, outra ali que dizia que ele não cantava tão bem quanto o Chris. Não faz sentido. Tinha até mesmo uma foto do Chris no álbum. Não que você precise saber como é a cara dele; mas seu ouvido deveria ser capaz de dizer que é o Chris.
Eu quero voltar um pouco atrás e falar sobre o reconhecimento do Propagandhi um pouco. Eu estava lendo uma entrevista que vocês fizeram com a Exclaim magazine onde você disse “uma criança em Gâmbia queria um adesivo para a carroça dela enquanto ela estava trabalhando pra construir um”. É surreal pensar a respeito do alcance global que o Propagandhi tem tido?
Sim, certamente. As pessoas perguntam por nós na Malásia, China, África do Sul, em todo lugar; é meio que legal. Nós não queremos nos impor em lugares diferentes. Eu sou hesitante em ser uma das bandas do Ocidente que querem ir e levar o punk a todos o lugares. Essa é uma hesitação que nós temos, mas eu não sei direito, nós tentamos aprender coisas a respeito de outros lugares. Músicos de diferente partes do mundo e outras culturas no Canadá também. Nós tentamos não ser uma rua de uma mão só.
Vocês são uma banda muito política; tem sido desde que começaram. De volta em 2003/2004, punk político se tornou a coisa da vez. Todo mundo estava tentando fazê-lo, com o Rock Against Bush, Punk Voter, e todas as grandes gravadoras assinando com essas bandas punks políticas. Foi estranho ver essas bandas ganhando crédito pelo movimento punk político, algo que vocês estavam fazendo por quase vinte anos naquele ponto?
Não me pareceu como isso pra mim; pareceu mais como que eles estavam constrangendo a si mesmos porque eles não tiveram o tempo pra aprender. É tipo pular no lago sem saber sobre o que se trata. Para mim você tem que passar dia a dia lendo e tentando apender e seguir as notícias, de outra forma você vem com a opinião “Qualquer um menos Bush!” E isso é constrangedor. Eu achei que a coisa toda foi embaraçosa. Eu achei que o crédito ou o que quer que seja que eles estavam tentando ter por serem políticos foi tão idiota e equivocado que pareceu tão mal.
Mas você acha que foi ao menos bom que isso fez as pessoas começarem a falar de política outra vez, ao invés de apenas as músicas de amor e etc? Para fazer as pessoas ao menos começarem a pensar a respeito disso?
Você vê, eu quase achei isso um pouco pior porque eles estavam apenas enviando uma parte do pensamento das do que os dois partidos nos Estados Unidos querem que você pense. É, você tem duas alternativas entre esses partidos e é isso o que o Rock Against Bush estava realmente dizendo. Essa foi a mensagem, quer Fat Mike admita isso ou não, a mensagem deles foi “Vote em...” eu não consigo nem mesmo lembrar o nome dele.
John Kerry.
É, John Kerry. É apenas errado. Eles falharam. Se por alguma rasão alguma criança começou a tomar nota por uma razão qualquer, é mérito da criança, não destes tolos.
Tom Gabel do Against Me! uma vez disse que quando você se considera uma banda punk política você geralmente acaba se aliando com certas pessoas ou companias que tem agendas que acabam usando você para favorecer os interesses deles. Vocês já tiveram esse tipo de problema? Que pessoas estão tentando usar vocês e sua postura para favorecer a agenda deles?
Sim, nós costumamos não fazer. Toda escolha passa pela banda eventualmente. Como você pode dizer não para qualquer coisa. Ás vezes ficamos presos a fazer alguma coisa que nós não queríamos... É mais como os shows que são numa ordem estranha e nós temos que acordar e dirigir mais longe do que queremos, sabe o que quero dizer? Mas é por causa do fato que nós ignoramos um e-mail mais cedo ou eles mostraram nossas datas e nós não falamos “ei, não queremos fazer isso”. Então tudo é tipo do seu julgamento. Então os erros que são cometidos no nome do Propagandhi é porque nós não olhamos direito os e-mails, são tantos que alguns não podemos responder. Mas se continua acontecendo seguidamente, você não pode por a culpa na administração; você não pode por a culpa nisso se uma corporação está usando você. Se você não quer ser usado, não seja.
No final das contas é sua escolha fazer o que você quer e ter certeza que você sabe no que está se metendo.
Como nós, temos um produtor porque nós não podemos está na estrada e tocar dezessete shows em um ano e agendar todos eles e fazê-los. Mas também dizemos a ele, qual é o tipo de shows que nós não tocamos. Nós não queremos shows de corporações, nós não queremos tocar em festivais com patrocínios de corporações, e nós queremos que os ingressos sejam dezesseis ao invés de vinte e cinco pratas. Sabe o que quero dizer?
Sim. Vocês não querem Ticketmaster, vocês querem algo que não explore seus fãs com taxas de serviços que são remotamente aplicáveis.
Sim, e eles trabalham dentro daquilo e as vezes eles cometem um erro ou o clube tenta fazer algo que ninguém sabe a respeito. Isso aconteceu conosco algumas vezes, onde nós encontramos o show por vinte e uma pratas. Isso reflete neles também porque então não haverão tantas pessoas que queiram ir.
Eu lembro que o Fugazi sempre queria que os seus shows fossem cinco pratas, então quando eles foram fazer um show e estava a oito pratas eles disseram “bem, nós dissemos para colocarem por cinco pratas”. Então eles colocaram avisos dizendo “Nós dissemos a eles para fazer o show a cinco pratas, nós não sabemos porque eles fizeram por oitro. Reclamem com a casa”. Coisa do tipo.
Também, apenas um pouco de diferença entre cinco ou seis pratas.
Hoje em dia isso não seria viável.
É. Não daria certo. Funcionou pra eles porque eles podiam viver de vendas de álbuns numa época em que os álbuns realmente vendiam. Ian MacKaye estava vivendo do Minor Threat, sabe o que isso quer dizer? Não é algo que todos possam fazer. Se eles querem fazer isso o ano inteiro; se eu saísse e tocasse dezessete shows, você teria que sair do seu trabalho, você tem que fazer isso. Quando você tem trinta e cinco, você pode ir pra casa. Isso apenas desgasta você, eu acho.
Ao longo da carreira vocês tem se aliado também a diferentes organizações. Quando o Supporting Caste saiu, vocês fizeram um programa de doação por download para as duas primeiras músicas do álbum pedindo para as pessoas doarem para Partners in Health, the Sea Shepherd Conservation Society and peta2. Como vocês escolhem que organizações irão colaborar com?
Nós apenas olhamos e vemos a que gostamos, apenas se você faria isso. Vá no seu computador, fale com pessoas que você conhece, organizações que você vê por sua cidade que você acha que estão fazendo um bom trabalho.
Eu raramente faço essa pergunta, mas minha música favorita no Supporting Caste é Dear Coacher's Corner e eu apenas queria saber em que instância “o canto do treinador” inspirou essa música?
Essa foi escrita pelo Chris. Ele levou a sobrinha dele para um jogo de hockey, um campeonato nacional feminino ou o quer que seja que aquilo foi, em Winnipeg. Tocou o hino nacional e lá estavam os soldados, eu acho, que estavam se movendo pelo piso. Então aquilo misturado com ver Don Cherry em outros eventos esportivos – como em todos eventos esportivos tem. Se você assistir qualquer tipo de luta ou qualquer coisa na TV, você verá um monte de comerciais do exército. É tipo, o que essa pequena competição entre duas pessoas tem haver com guerra de verdade? Ou hockey, competição inocente se transforma em propagação de guerra. Que é uma das razões pela qual eu não gosto de esportes; tipo, eu jogaria ou qualquer coisa e me divertiria, mas assistir? Eu não preciso ver profissionais. Eles são bons jogadores, mas cara, o sistema inteiro e o esquema dele, é uma idiotice.
O Supporting Caste era pra ser lançado originalmente pela Fat nos US, mas então vocês decidiram lançar ele pelo G7 e Smallman Records. O que fez vocês decidirem isso?
Nós apenas achamos que seria melhor. Nós achamos que as pessoas iam dar mais duro na Smallman e eles o fizeram. Foi bem melhor. Eles se esforçaram mil vezes mais. Nós apenas tivemos aquele sentimento e deu tudo certo.
De volta em fevereiro, justo antes do lançamento do Supporting Caste, Chris deu uma entrevista – acho que foi com o PunkNews – e disse que vocês poderiam gravar um novo álbum dentro de dois anos.
Nós esperamos que sim. Nós temos doze canções, pedaços de doze canções já; parece muito longe para isso.
É claro, dois anos é muito mais cedo do que seu ciclo normal que é de quatro a cinco anos. Porque o pequeno espaço de dois anos dessa vez?
Eu acho que ele estava apenas dando uma visão otimista. Serão provavelmente dois e meio ou três anos. Apesar disso, eu acredito realmente, nosso álbum saiu em março então nós estamos a apenas a meio ano de distância no momento então isso poderia ser possível. Eu sempre me lembro de quando gravamos o nosso último, que é um ano atualmente.
Okay, acho que isso é tudo. Muito obrigado. Você teria algum pensamento final para acrescentar?
Talvez apenas chequem um livro chamado A Long Way Gone by Ishmael Beah.
Por Bob Gorman em 24 de Outubro de 2009
Entrevista original: Clique aqui
Por Bob Gorman em 24 de Outubro de 2009
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